Monday, November 23, 2009

Amamentação

Recomendações da Organização Mundial de Saúde relativas à amamentação:

· As crianças devem fazer aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade. Ou seja, até essa idade, o bebé deve tomar apenas leite materno e não deve dar–se nenhum outro alimento complementar ou bebida.
· A partir dos 6 meses de idade todas as crianças devem receber alimentos complementares (sopas, papas, etc.) e manter o aleitamento materno.
· As crianças devem continuar a ser amamentadas, pelo menos, até completarem os 2 anos de idade.

Wednesday, November 18, 2009

Escolhas informadas sabem o que é?
Eu acredito nisso. Acredito que as pessoas devem fazer escolhas informadas, devem conhecer, devem ser informadas sobre as situações, e depois consoante o que acreditam, o que querem, seja o que for, tomam a sua opção, mas sabem que há a outra alternativa, o outro lado.
Devemos ser senhores da nossa vida e isso implica tomarmos conta do nosso corpo e tomarmos conta dos nossos filhos. A partir do momento que eu sei os prós e os contras de determinada coisa, estou a optar em consciência e não a deixar outros fazerem isso por mim, que infelizmente é o que acontece muito. Estou sempre a ouvir:
- O pediatra disse para fazer isto e fiz;
- O obstetra mandou fazer isto e quem sou eu para questionar.
Pensem nisso.

Raquel

Thursday, August 13, 2009

Parto hospitalar na Holanda

Olá!
Gostaríamos de começar a deixar neste cantinho alguns relatos de partos. Vários partos, todos diferentes, todos de cada mulher, para partilhar, para percebermos as possibilidades, o que há, o que pode haver, o que se pode ou não se pode escolher. Queremos incentivar o pensamento, a auto reflexão, queremos fazer com que nós e cada mulher perceba o que gostaria de mudar, o que quer e o que não quer e possibilitar a partilha.
Não queremos nunca em tempo algum fazer juizos de valor...cada uma pode e deve ter o parto que escolher para si, se isso for a sua escolha, isso é o mais importante...sempre! Por isso iremos colocar aqui vários relatos, relatos de partos em que a mulher teve intervenção, teve o parto que queria e também o outro lado.
Começamos com o parto da Patrícia - http://babyjust.blogspot.com/ - a quem quero agradecer desde já por nos permitir esta partilha, tudo de bom para voçês! Parabéns pelo G. felicidades!
Este parto aconteceu na Holanda e foi um parto Hospitalar mas consegue perceber-se muitas diferenças entre o hospitalar lá e cá.

Relato da Patrícia

"Cá o parto é bem diferente, normalmente em casa, mas eu já tinha dito desde o início que queria ter no hospital, e assim foi! Normalmente fazemos o processo de dilatação em casa e só vamos para o hospital (com a parteira que vem ter a casa) no final... quando liguei à parteira estava com contraccoes de 3 em 3 minutos, para segundo parto já é avancado, por isso ela mandou-me ir logo para o hospital e encontravamos lá!O quarto é no hospital mas é separado da parte médica, parecia um quarto de Hotel, mesmo, decoracao linda, luzes que dava para por baixinhas, rádio com CD´s que eu levava uns cd´s e puz, casa de banho com banheira para partos na água tudo, um hotel... cheguei lá às 2 da manha, ela avaliou-me, 4 dedos a avancar bem,e fiquei lá com o Florian no quarto, ela foi para outra sala descansar, voltaria às 4:00! ficamos 2 horas os dois, e claro que as contraccoes comecavam a apertar, mas com respiracao e o apoio do Florian, lá foram passando! andava de um lado para o outro, sempre de pé!às 4 da manhã a parteira voltou, mediu o colo, 7cm, mas as àguas ainda nao tinham rebentado por isso rebentou! Mas aí complicou-se, as àguas eram muito escuras, sinal de mecónio, ou seja o bebé tinha feito cocó no líquido, o que poderia ser um sinal do bebé estar em stress, a parteira (que era um amor) disse logo, vamos para a parte médica, (se estivesse em casa isto às 4:30, teria de ir para o hospital!!) a parte médica era duas portas ao lado, lá fui eu de cadeira de rodas, aí para um quarto já de hospital, com equipe médica e enfermeiras, puseram-me uma sonda até à cabeca do bebé para o monitorizar, e a partir daí foi tudo tao rápido (4:30 às 4:58) acabei a dilatacao e fazer forca, dei à luz novamente como do Rafael, de cócoras num género de cadeira de parto com o Florian a apoiar-me!! fiz forca umas 3 vezes acho eu! depois ele já estava em cima da minha barriga, aí sim..... tudo passa !!!!Tive de ser muito cozida, levaram mais de 40min no corte e costura pois ele rasgou! mas já passou!Por volta das 6 trouxeram-me muuuuita comida e champagne, às 7 fui tomar duche e fazer xixi, só saimos do hospital depois de tomar duche e fazer xixi, sao as regras! Ele nasceu às 4:58, às 8:45 estava a chegar a casa, às 9 estava a tomar o pequeno almoco sentada à mesa com a família toda........ pois é Holanda!"

Monday, August 3, 2009

Parto Orgásmico

Dr. Ricardo Jones - Médico Obstetra e Homeopata

Parto orgásmico não só é possível como é muito mais comum do que parece. O debate pode ser recente, mas a possibilidade de se encarar o parto como um evento pleno de prazer é tão antiga quanto a própria humanidade. É importante definir o que é «parto orgásmico», e para tanto começo por explicar o que ele não é. Parto orgásmico não é uma técnica ou um método. Parto orgásmico não é uma moda, uma «new fashion», uma onda. Parto orgásmico não é um produto, algo que se compra ou adquire. Parto orgásmico é um mergulho profundo no ser feminino. É a descoberta do prazer de parir; o segredo mais bem guardado, no dizer da parteira americana Ina May Gaskin. É uma possibilidade para qualquer mulher desde que possa despir-se das capas de medo criadas pela cultura patriarcal que tenta dominar a força criativa da mulher, culpabilizando-lhe o prazer e domesticando o feminino.
As conquistas recentes neste campo abriram as portas para a discussão da sexualidade da «nova mulher pós-pílula» e, como conseqüência, emergiu o debate do parto como parte da vida sexual de qualquer mulher. A partir deste momento, em meados dos anos 80, inúmeros investigadores se entregaram ao estudo das características psicológicas, afetivas, emocionais e hormonais relativas ao nascimento e se depararam com constatações no mínimo inquietantes: havia uma similaridade impressionante entre parto e atividade sexual em todos os aspectos analisados. A mesma perda cognitiva, o mesmo apagamento neocortical, a mesma necessidade de privacidade, a mesma confluência circulatória para os genitais e as mesmas hormonas envolvidas.
A ocitocina surgia como a hormona chave para a compreensão do fenómeno do parto. Michel Odent, médico francês radicado em Londres chama-lhe «a hormona do amor», porque está presente sempre que um momento amoroso se expressa, como no parto e no encontro sexual. Além disso, a sua hormona oposta, a adrenalina, fundamental para o orgasmo, é a mesma implicada no reflexo de ejeção do bebé. Fácil fica, para qualquer observador perspicaz, perceber que existe um claro paralelismo entre os eventos do parto e os do sexo, fazendo-nos enxergar pela primeira vez o nascimento inserido nas forças sexuais de uma mulher.
Mais do que um evento biológico Mas tão logo percebemos a sexualidade escondida por detrás dos eventos que cercavam o nascimento, ficou-nos claro que as repercussões desta «nova» visão do nascimento só poderiam ser dramáticas. Já não seria possível encarar o parto como um evento biológico, artificialmente controlado em função das variáveis mecanicistas que são ensinadas na escola médica: feto, percurso e força contrátil. Haveria que se modificar totalmente a percepção do evento que passaria dos domínios do profano para o âmbito do sagrado. Através desta maneira radical de compreensão, tornava-se muito difícil continuar a entender o nascimento humano de uma forma mecanicista, pela evidência inequívoca de que a sexualidade extrapola claramente os limites da corporalidade.
Tanto quanto no sexo, existe muito mais no nascimento humano do que o que se pode encontrar no corpo e suas medidas. Assim sendo, abria-se automaticamente uma nova dimensão no nascimento, qual seja, a indissociabilidade das emoções e sentimentos ao lado dos eventos mecânicos já conhecidos. Ficou evidente que muitas mulheres falhavam em ter seus filhos de uma forma mais natural porque algo além do corpo as impedia.
Passamos a entender também que a própria sensação dolorosa estava nitidamente ligada à maneira como tais mulheres «sentiam» o parto, na integralidade dos processos participantes.Elementos muito mais subtis (mas não menos poderosos) do que as células, tecidos e órgãos actuam durante a prática sexual e o trabalho de parto. Caberia a nós, assistentes do nascimento, descobrir onde estavam estas outras «forças ocultas» que, assim como no sexo, alojavam-se em um estrato diferente da nossa consciência superficial.
Desta forma, a sexualidade, o prazer e o orgasmo entravam no discurso de um pequeno grupo de profissionais que percebiam a possibilidade que as mulheres tinham de aceder a estas sensações desde que específicas condições ambientais pudessem ser criadas. Tais condições nada têm de complexas, dispendiosas ou caras: trata-se de oferecer-lhes dignidade, privacidade, cuidado respeitoso e carinho. Praticamente as mesmas necessidades que qualquer mulher procura para um encontro de amor.
O orgasmo durante o trabalho de parto pode ter um potente efeito relaxante para a mulher. Algumas mulheres que tiveram orgasmos durante o processo relatam que isso lhes ofereceu um input incrementado de ocitocina. Tal influxo hormonal produziu - aparte de uma profunda sensação de bem-estar - a normalização da contratilidade uterina.
Entretanto, um orgasmo durante o trabalho de parto não é algo que se busca; não pode ser o foco objectivo deste evento ou algo a ser conscientemente alcançado. Por outro lado, ele pode ocorrer naturalmente quando a mulher, livre dos preconceitos e liberta das amarras do modelo que criminaliza a sexualidade feminina, se permite sentir as sensações que seu próprio corpo lhe oferece.


Dr. Ricardo Jones - Médico Obstetra e Homeopata - In Iol Mãe

Friday, July 24, 2009

Hospital Amigo dos Bebés

Um comunicado conjunto da OMS/UNICEF (Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés) contempla 10 medidas importantes para o sucesso do aleitamento materno que deveriam ser implementadas nos serviços de saúde vocacionados para a assistência a grávidas e recém-nascidos, definindo objectivos e estratégias que, a serem cumpridos, confeririam a esses mesmos serviços de saúde a categoria de "Hospital Amigo dos Bebés".
Em Portugal existe, constituída, uma Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés com sede na UNICEF.
As 10 medidas:

1. Ter uma política de promoção do aleitamento materno, afixada, a transmitir regularmente a toda a equipa de cuida dos de saúde.

2. Dar formação à equipa de cuidados de saúde para que implemente esta política.

3. Informar todas as grávidas sobre as vantagens e a prática do aleitamento materno.

4. Ajudar as mães a iniciarem o aleitamento materno na primeira meia hora após o nascimento.

5. Mostrar às mães como amamentar e manter a lactação, mesmo que tenham de ser separadas dos seus filhos temporariamente.

6. Não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou líquido além do leite materno, a não ser que seja segundo indicação médica.

7. Praticar o alojamento conjunto: permitir que as mães e os bebés permaneçam juntos 24 horas por dia.

8. Dar de mamar sempre que o bebé queira.

9. Não dar tetinas ou chupetas às crianças amamentadas ao peito, até que esteja bem estabelecida a lactação.

10. Encorajar a criação de grupos de apoio ao aleitamento materno, encaminhando as mães para estes, após a alta do hospital ou da maternidade

.Na sequência da actividade desenvolvida pela Comissão Nacional Iniciativa Hospitais Amigos dos Bebés, vários hospitais e maternidades portugueses têm-se candidatado a "Hospital Amigo dos Bebés".São já muitos os hospitais que divulgam o Poster das 10 Medidas para que os utentes possam ter conhecimento das mesmas, dessa forma, os utentes podem igualmente contribuir para que as medidas sejam cumpridas.

OMS

Monday, July 20, 2009


A melhor maneira de tornar as crianças boas é torná-las felizes!

Oscar Wilde

Monday, July 13, 2009

Encontros de Preparação para o Nascimento e Parentalidade


Estes nossos encontros visam preparar a mulher não só ao nível físico, através de exercícios, como a nível mental e espiritual com meditação e relaxamento. Queremos a ajudar o casal a vivenciar a gravidez em plenitude e harmonia.

Realizar-se-ão 12 encontros, sendo o último no domicilio após o bebé nascer para apoio na amamentação e esclarecimento de qualquer dúvida.
Temos um programa que abrange a temática da gravidez, parto, pós parto e cuidados com o bebé. Preparámos exercícios, meditação e debates. Acreditamos na partilha, acreditamos na mulher, acreditamos que a gravidez deve ser vivida em paz e em total comunhão com o que de melhor existe dentro de cada uma de nós!

Os horários dos encontros serão adequados ao casal...fale connosco!

Tuesday, July 7, 2009

O poder do Feminino

Eu não sou feminista, antes pelo contrário acho que homens e mulheres têm direitos iguais, sou então pela igualdade. Cabe a todos nós homens e mulheres reclamar-nos a nossa liberdade, a nossa independência, os nossos direitos enquanto seres humanos.
A mulher quer se queira quer não tem um papel que o homem nunca poderá ter que é gerar um filho dentro de si e faze-lo nascer para o mundo. Sim, dirão voçês que sem o homem a vida não existiria e sim claro o homem coloca a semente na "terra fértil" e depois gera-se o milagre da vida!
Porque será, que tal como eu que tive e ainda luto com alguns problemas de auto estima mas que me sinto cada vez mais plena e em harmonia, que tantas mulheres duvidam de si, do seu corpo, do seu poderoso 6º sentido e entregam-se completamente nas mãos de outros. Sim os médicos são sabedores mas nunca podemos entregar nosso corpo principalmente quando ele carrega outra vida. Quando digo isto falo também por mim que aceitei quase sempre tudo o que me disse o obstetra e que da minha maneira fui fazendo o que me diziam para fazer no hospital. Nunca disse quero assim ou assado, estou no meu direito bolas! quero ter a minha filha de cócoras se me apetecer! mas pronto, não dá jeito, num hospital temos de fazer o que nos dizem, apesar do corpo ser nosso!
Quem fala num parto fala em qualquer outro aspecto da nossa vida, num atendimento no hospital, uma consulta, qualquer coisa que envolva nosso bem estar. Somos donos do nosso corpo e temos de zelar por nós próprios e isso não cabe a nenhum médico, mas a nós!
Agora dou por mim a fazer isso no que toca á minha filha. Vou ao médico e ouço mas eu é que sei o que é melhor, não aceito tudo o que dizem! questiono, leio, vejo outras opiniões e penso no que é melhor para ela, para o seu corpo e sua mente.

A gravidez por exemplo é um dos momentos em que muitas mulheres são tratadas com paternalismo e muitas vezes como se fossem estúpidas. As mulheres que fazem perguntas, muitas vezes incómodas, são olhadas de lado, não digo por todos, mas por muitos!
Não venho nem estou aqui para falar de partos em casa, ou em hospitais porque acho que a mulher tem o direito a ter o seu parto respeitado seja onde for, seja um parto vaginal ou uma cesariana. O respeito começa muitas vezes numa primeira consulta pré-natal e na forma como aquela mulher, aquela grávida cheia de luz dentro de si é tratada, é respeitada.


Raquel

Sunday, July 5, 2009

A minha gravidez

Depois de sete meses de tentativas, no dia 26 de Maio de 2009 descobri que estava grávida de 6 semanas.
Meu marido, que sabia que nesse dia já teria o resultado do exame médico, ligou-me para saber o resultado. Ao que respondi: " O valor do Beta-HCG é de 5732. Agora vai descobre o que significa...."
Mázinha, não fui? Valeu-lhe o Google...hehehe.
Apesar de ter ficado muito feliz com a novidade, a ficha demorou para cair.
Depois surgiram as dúvidas: será que está tudo bem?
Após isso, os enjoos e umas dores na barriga. Apesar de os médicos dizerem que tudo isso é normal, sempre pairava uma duvidazinha...
Os titios logo fizeram planos, das aventuras que iriam ter com a chegada do bebe.
A minha mãe me liga todos os dias (que chatice ;) ). As "tias" também estão todas babadas.
Toda gente diz que vai ser um menino, será que vão acertar?
Esta semana fui á ginecologista. Ela fez uma ecografia, e o bebe não parava de se mexer...até nos acenou com a mãozinha...
Conforme forem acontecendo as novidades, vou contando aqui...

Beijinhos,
Paula

Friday, July 3, 2009

O meu parto

Engravidei em Junho de 2006. Foi uma gravidez muito desejada e apesar de ter enjoado os primeiros 4 meses e de ter passado mal por causa de um dente foi a melhor fase da minha vida!
Durante a gravidez senti-me plena, forte, poderosa, cheia de vida. Descobri um mundo novo. Descobri o poder da mulher, descobri a magia e o acto espiritual que é ter um filho.
Durante a gravidez comecei a ler muito, a pesquisar, a aprender coisas novas mas confesso que ainda era muito insegura e não me soube validar o suficiente, não acreditava ainda no meu corpo como acredito agora.
Fiz muita meditação e visualização do parto. Escrevi o parto que desejava e todos os dias lia o que escrevi e meditava um pouco. Conversava muito com a minha filhota e enchi-me de pensamentos positivos. Fiz o meu plano de parto e quando entrei na maternidade entreguei-o. Na altura a médica até o recebeu e disse que iam tentar respeitá-lo mas não foi bem assim. Acreditei que foi o melhor que podia ter tido mas hoje já não penso assim, sei que podia ter sido diferente...muito!
Entrei em trabalho de parto ás 38 semanas e 5 dias de gestação. As contracções começaram levemente no dia 27 de Fevereiro e já no dia 28 ás 16 da tarde com contracções de 10 em 10 minutos entrei na maternidade. Estava com 4 cm de dilatação segundo a médica que me atendeu. Para começar tive de vestir a bela da batinha aberta atrás, é humilhante, faz-nos, pelo menos a mim fez sentir-me desamparada e desprotegida. De seguida, fui sozinha para a sala de dilatação mas antes deram-me os clisteres (que foram despejados na sanita...não me apetecia discutir com ninguém e optei por fazer assim) e quando voltei do wc disse a uma das enfermeiras que não tinham resultado e ela disse que não fazia mal nenhum. Não deixaram o meu marido acompanhar-me, por isso estive muito tempo sozinha na sala de dilatação, com o ctg ligado á minha barriga e senti-me tão mas tão sozinha que é indescritivel. As dores apertavam e ouvia as outras mulheres a gritarem. Eu só queria o meu marido mais nada.
As auxiliares e enfermeiras iam passando e examinando e sempre a perguntarem se queria epidural. Eu já tinha dito que não sabia, que se quisesse dizia mas continuavam a perguntar. Passado um tempo disse que sim e apareceu logo o anestesista. Foi fácil a parte de levar a epidural mas se o tempo voltasse para trás não voltaria a levar, mas isso fica para outro texto.
Sentia-me cansada e só me apetecia estar dentro de mim própria, sem ouvir ninguém, sem ninguém me dizer nada. Passado um bocado as dores voltam e depois de muito pedir para o chamarem lá aparece o meu marido. Comecei a sentir uma enorme vontade de fazer força e lá fomos para a sala de parto cheia de luzes amarelas, tão fria e impessoal. De resto pareceu-me tudo muito rápido, a mim só me apetecia fazer força e sentia-me quase sem controlo mas a enfermeira lá me ia dizendo faça força agora, agora não, agora sim...e eu obedecia. Fizeram-se a episiotomia e mais uma forcinha e nasceu a minha morena que veio logo para o meu peito e olhou para mim com aqueles olhos negros e profundos. Foi maravilhoso! Sentir o seu corpinho quente e molhado, o cheiro a nós...os três juntos, a nossa familia. Eu chorei, ri, eram muitas emoções á minha volta. Nunca mais esqueci a primeira vez que vi a minha filha, a carinha dela, ver as suas mãos, os pés se era perfeitinha. Linda!
De resto fui tratada com carinho pelas enfermeiras e auxiliares mas sei que não fui tratada na minha verdadeira condição de mulher que sabe parir a sua cria. Fui tratada como uma paciente com paternalismo e não com a dignidade que uma mulher merece ter nesta hora maravilhosa e única que é ter um filho! sim! porque fui eu que tive a minha filha! eu! não as enfermeiras!
O meu marido? maravilhoso, foi a minha "doula" sem dúvida!
Agora sei, sei que se tudo correr bem o próximo filho vai nascer de forma muito diferente. Tenho a agradecer á minha filhota linda, porque foi ela que me deu a conhecer este mundo pelo qual me apaixonei que é a gravidez e o parto.

"Para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer" M. Odent

Raquel

Tuesday, June 30, 2009

Um espaço para todas

Este novo espaço vai nascer porque acreditamos na força das mulheres e no seu poder!

Ser Mulher

Ser mulher é ser vida, é transportar o futuro dentro de nós,
Ser mulher é abraçar o mundo e querer tê-lo no nosso colo,
É dar
É querer fazer os impossíveis
É acreditar
Ser mulher é ser mãe, filha, irmã, amante
É ser guerreira, leoa,
É ser a pomba da paz
É querer ter a solução para todos os problemas
É acreditar que os problemas não existem e sorrir
É amar sem pedir nada em troca
É ser uma metade
Uma metade que dá vida
Que traz a vida ao mundo
Ser mulher é ser plena
É ser forte quando tudo quebra
É ser um porto de abrigo
Ser mulher é parir e abraçar o pequeno
ser que grita para o mundo!